Conhecer é desilucionar já dizia Artur de Távola, por quem tenho grande admiração. Seus artigos, suas matérias são de um primor incalculável. Quanto encantamento, senso de realidade, sensibilidade. Que falta a sua ausência nos faz.
Tal citação me remete à reflexão, sempre que o assunto relacionamentos vem a baila. Quando conhecemos alguém há um quê de encantamento. Temos a ilusão de que aquela pessoa é especial e única. Algumas vezes isso ocorre. São os felizes encontros amorosos, predestinados no amor, abençoados pelo universo e conduzidos pela sabedoria do conviver...
De fato, quando conhecemos de perto alguém, no decorrer da relação, a real essência vai sendo revelada. Nem sempre temos boas surpresas. As características, o perfil, os hábitos, a formação, vão aflorando, naturalmente, diante dos nossos olhos. Quanta revelação...
Na convivência, no dia a dia, vamos nos desilucionando. São provas, desafios que se apresentam para aprimorarmos a arte de conviver.
A intimidade das relações deixa muita gente à vontade acreditando que, passado o período da conquista, que seria o início do relacionamento, não requer mais qualquer empenho, lisura, gentileza, educação, bons modos e até respeito. Tudo se torna possível e normal afinal o compromisso já se estabeleceu, se consolidou. Só que não.
Toda e qualquer relação pressupõe investimento, dedicação, cultivo. Nenhuma relação sobrevive a indiferença, ao desamor, ao distanciamento, às agressões, ao egoísmo.
Bom senso, equilíbrio, educação devem estar presentes em qualquer relação, independente, do prazo de validade. As atitudes falam muito sobre a pessoa e sua formação de caráter. A qualidade, entrosamento, duração, encantamento de um relação dependem muito da dedicação que um parceiro tem com o outro. A transparência, cumplicidade, honestidade mantem o interesse do parceiro.
O bom humor, a gentileza, bons modos, cuidados com a higiene, corpo, aparência igualmente contribuem para conquistar a admiração e o respeito do outro. Quem resiste a um bom perfume e uma boa risada...
Não fazer ao outro aquilo que não desejamos para nós é fundamental para o sucesso da vida afetiva de qualquer pessoa. Dar atenção, mostrar interesse no universo do outro é gratificante.
Pequenos gestos operam grandes transformações no comportamento de alguém.
Ninguém abre mão de uma boa relação, de um bom casamento. Se a união acabou melhor rever a sua participação nisso, o que motivou a separação para tentar recuperá-la, caso seja possível, ou aprender com a experiência para não repetir a dose em outras relações Muitas oportunidades se perdem de cultivar o relacionamento e, somente quando chega ao fim, alguém se dá conta. Não se chora pelo leite derramado.
Partir para a ignorância, para a violência não traz a relação de volta. O efeito é contrário. .Muitas vezes aquele que detona a relação é o que se sente mais injustiçado, magoado. Valorizar o que se tem ou partir para um relacionamento ideal é a saída para frustrações amorosas. Recomeçar se for preciso. Alimentar uma relação que já findou, nem pensar. Gera danos e consequências.
Viver e deixar viver. Vida que segue. Que os erros recorrentes não acabem com toda e qualquer oportunidade de ser feliz e fazer feliz no amor. Que a evolução decorrente de, inúmeras tentativas nas relações, permita conquistar a paz e a realização, a que todos almejamos, na área afetiva.
Viver para si, sem se importar com quem está em nossa vida, nos levará a um futuro triste, solitário e sombrio. .Autoavaliação é simples e eficaz para acertar o passo..
Sempre há tempo para dar a volta por cima. Comece por avaliar o seu interior, sua contribuição para os fracassos vividos e busque a transformação necessária para alcançar o seu objetivo.
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