terça-feira, 9 de junho de 2020

A FELICIDADE


Na minha adolescência, por volta dos meus quinze anos, ouvi de um colega, com quem conversávamos, minha irmã e eu, que não era possível sermos felizes por conta da infelicidade do  próximo, do sofrimento alheio, da dor de outrem.

Na época, por imaturidade, questionei tal afirmação   .Discordei acreditando que,o sofrimento alheio, não nos atingia.  Não assimilei a sabedoria que, o discurso dele, ensejava.

A vida passou, nos distanciamos,
Nunca esqueci a fala do meu amigo, já tão evoluído naquela época, hoje posso afirmar .

Cresci, evolui, vivencie minhas experiências e, enfim alcancei a visão dele.

A vida nos impõe lições, no decorrer da trajetória que percorremos. Tudo se modifica,  o discurso, o sentimento, a sensibilidade, o olhar, a personalidade, os posicionamentos, as atitudes.

Somos moldados a partir do que vivenciamos.
Há uma transformação interior que, nos revela outras realidades, uma visão mais ampla e sensível da existência.
Com a vivência que, vamos adquirindo, há a percepção de que a vida  é passageira, que é um aprendizado, que o sofrimento  nos proporciona lições, que somos todos iguais, que a dor dos outros nós atinge, que somo todos um, que precisamos uns dos outros, de que ninguém é superior a ninguém e do quanto somos frágeis, vulneráveis, suscetíveis...


 A dor do nosso semelhante nos comove, nos sensibiliza, nos leva as lágrimas.
 Hoje, os meios de comunicação, as mídias sociais divulgam toda sorte de acontecimentos chocantes  que nos abalam,  causam tristeza, depressão, desencanto.
Já não somos mais os mesmos. 
Temos que conviver com a ansiedade, o medo, a insegurança, a desconfiança, a realidade.

 Havia em mim, nos meus quinze anos total alienação com relação ao meu redor. Nos viviamos numa redoma, protegidas pelos meus pais. Desconhecíamos, minha irmã e eu, os mistérios da vida.

A gente vive, sobrevive, se rala, contudo, algo deixamos  para trás, um pouco de nós ficou em algum  lugar.
O astral coletivo nos contagia, nos modifica, nos entristece.
O meu amigo Lúcio tinha razão. Tão jovem, trazia em si, muita sabedoria. Tinha luz própria.
Impossível não sofrermos a dor dos outros.

A felicidade existe, registrada em momentos inequecíveis, contudo está sujeita a tempo e duração.
Nada é eterno, nem os bons, nem os maus acontecimentos. Tudo passa, fortalece, evolui.

Assimilar as regras da vida, buscar adaptação e ajuste às exigências que nos são impostas é o que nos resta fazer.
A única certeza é que, ao longo da vida, nos transformamos em uma nova pessoa, rica em experiência,  livre, diante da realidade que nos é revelada e amadurecida diante dos combates.

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